terça-feira, 16 de junho de 2020

Dividendos! O que são? Por que gostamos tanto deles?

O conceito de dividendos é algo bastante simples de entender. Nada mais é do que a parte do lucro obtido pela empresa que é paga ao seus sócios.

Eles são utilizados não só nas empresas listadas em Bolsa, mas qualquer empresa que tenha lucro pode distribuir dinheiro aos seus sócios como remuneração. Assim, padarias, mercados, lojas de roupas, farmácias, lanchonetes... todos podem distribuir dividendos aos seus sócios.

Nas companhias de capital aberto brasileiras, segundo a Lei das Sociedades por Ações (LEI Nº 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.), os acionistas têm o direito a receber um dividendo obrigatório (obviamente, se a empresa tiver prejuízos seguidos, não será obrigada a pagar dividendos), por exercício, conforme for estabelecido no estatuto da empresa ou, caso não exista tal informação no estatuto, o dividendo têm de ser pago de acordo com as regras das Leis 6.404/1976 e 10.303/2001 (aconselho uma rápida leitura, para quem tiver tempo).

Ocorre que, quando o estatuto não prevê o dividendo obrigatório e a assembléia-geral da empresa deliberar alterar este estatuto para incluir esta norma, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado (ajustado, quer dizer subtrair do lucro os valores destinados á constituição da reserva legal e à formação da reserva para contingências, um dia teremos uma postagem explicando melhor o que isto significa).

Agora que já sabemos o que são dividendos, por quê gostamos tanto assim deles?

A resposta é simples... O pagamento de proventos é uma das principais maneiras de remunerar os acionistas (pagamento de Dividendos e JCP).

Para entender melhor, vamos exemplificar com uma ação negociada na B3:

Vamos simular a compra de 100 ações da seguradora Porto Seguro (PSSA3) pelo valor total de R$2.820,00 (ou R$28,20 por ação) em 18/03/2016.

Na  data de 16/06/2020 as ações da PSSA3 estão cotadas em cerca de R$49,95, ou seja, nossas 100 ações valem agora R$4.995,00 (valorização de 77% no período, mesmo estando na crise causada pela pandemia do COVID-19).

Já os proventos pagos em forma de Dividendos e JCP foram os seguintes:



Assim, tivemos:

 - Investimento: R$ 2.820,00.

 - Retorno (valorização+proventos): R$ 3.089,57 (quase 110% de ganhos no período de 4 anos e 3 meses).

 - CDI do período: 38,25%.

 - Índice de inflação IPCA do período: 15,69%.

Olhando esta simulação feita com dados reais, é inegável que a compra das ações foi um bom investimento.

Mas, imaginemos as possibilidades que os proventos podem nos proporcionar:

1 - Poderíamos reinvestir os valores e, no longo prazo, potencializar bastante nossos lucros ( a tal da "bola de neve", ideal pra quem foca no aumento do patrimônio diversificado);

2 - Poderíamos gastá-los para nosso sustento (geração de renda passiva) ou com qualquer outra coisa e, ainda assim, teria sido um bom investimento, com crescimento acima da inflação e do CDI. (ideal para quem quer viver de seus rendimentos ou já está aposentado)

Ou seja, os Proventos (Dividendos, Rendimentos e JCPs) nos permitem um fluxo de Caixa bastante agradável e nos dão o "poder" de escolher o que fazer com eles (reinvestir ou torrar).

Mas, será que todas as empresas ou fundos imobiliários que paguem um elevado dividend yield (DY) são um bom investimento??? Você sabe o que é o dividend yield (DY) ??? E o que é uma DFC???

E, aquelas empresas que quase não pagam dividendos, o que acham delas??? Para onde vai seu lucro???